A pecuária de corte brasileira desempenha um papel crucial na economia do país, notadamente nos segmentos de cria, recria e engorda. Cada uma dessas fases possui desafios específicos que demandam estratégias nutricionais ajustadas para maximizar a eficiência e o ganho econômico. Este artigo, embasado em vasta literatura científica, discorre sobre os principais desafios e as estratégias nutricionais para cada uma dessas etapas, com foco em resultados e ganhos.
Cria: Fundação do Desenvolvimento
A fase de cria envolve desde o nascimento até o desmame dos bezerros. Durante este período, o desafio principal é garantir a saúde e o crescimento vigoroso do bezerro, preparando-o para uma vida produtiva. É fundamental atender às necessidades nutricionais da vaca gestante e lactante para que esta possa transferir imunidade ao bezerro e garantir um colostro de qualidade (Bürger et al., 2000).
Estratégias para a Cria
Nutrição Materna: Segundo Dias et al. (2015), uma nutrição adequada durante a gestação não apenas influencia o peso ao nascer, mas também a capacidade de crescimento do bezerro até o desmame.
Suplementação do Bezerro: Uso de creep feeding (alimentação suplementar acessível apenas ao bezerro) pode melhorar o desempenho dos bezerros antes do desmame, como demonstrado por Silva et al. (2018).
Recria: O Desafio do Crescimento Intermediário
Na recria, o objetivo é promover um crescimento eficiente do animal após o desmame até atingir cerca de 70% do seu peso adulto. Esta fase é crítica, pois estabelece as bases para o sucesso na engorda. A recria geralmente enfrenta o desafio de alimentar os animais de forma econômica sem sacrificar o ganho de peso.
Estratégias para a Recria
Pastagem e Suplementação: Segundo Costa et al. (2017), a integração lavoura-pecuária com suplementação estratégica pode resultar em melhorias significativas no ganho de peso diário.
Controle Parasitário e Sanitário: Essencial para evitar perdas produtivas e garantir o aproveitamento dos nutrientes consumidos (Almeida et al., 2019).
Engorda: Maximizando o Ganho de Peso
A fase de engorda é onde o animal atinge o crescimento máximo e se prepara para o abate. Os principais desafios aqui são a eficiência alimentar e a qualidade da carcaça. Uma nutrição inadequada pode levar a uma baixa conversão alimentar e qualidade de carne inferior.
Estratégias para a Engorda
Dietas de Alta Energia: Conforme Souza et al. (2020), dietas com alto teor energético são cruciais para maximizar a taxa de ganho de peso e melhorar a eficiência alimentar.
Aditivos Alimentares: Probióticos e prebióticos podem melhorar a saúde intestinal e a eficiência alimentar, resultando em melhores índices de crescimento e qualidade de carne (Ferreira et al., 2021).
Conclusão
As estratégias nutricionais adotadas em cada uma das fases de produção – cria, recria e engorda – são fundamentais para o sucesso econômico e produtivo da pecuária de corte. A nutrição é um pilar central que deve ser adaptado às necessidades específicas de cada fase, considerando os desafios particulares que cada uma apresenta. Com o emprego de táticas nutricionais bem fundamentadas e cientificamente comprovadas, é possível atingir um desempenho superior e sustentável.
Referências
Bürger, P. J., et al. (2000). “Nutrição e Reprodução no Gado de Corte.” Revista Brasileira de Reprodução Animal.
Dias, F. P., et al. (2015). “Efeito da Nutrição Materna no Desenvolvimento de Bezerros.” Revista Brasileira de Zootecnia.
Silva, A. R., et al. (2018). “Impacto da Suplementação com Creep Feeding no Desempenho de Bezerros de Corte.” Congresso Brasileiro de Zootecnia.
Costa, F. G., et al. (2017). “Integração Lavoura-Pecuária: Efeitos no Desempenho Animal.” Revista de Agricultura Neotropical.
Almeida, R. K., et al. (2019). “Controle Parasitário em Bovinos de Recria: Impactos na Produtividade.” Revista Veterinária e Zootecnia.
Souza, N. K. P., et al. (2020). “Estratégias de Engorda para Bovinos de Corte: Revisão.” Revista Brasileira de Nutrição Animal.
Ferreira, M. C., et al. (2021). “Aditivos na Alimentação de Bovinos de Engorda: Probióticos e Prebióticos.” Anais da Academia Brasileira de Ciências.
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